Sunday, May 29, 2011

Kit pró-desorientação sexual - Probabilidade

Quando o narrador conta que Mateus resolveu contar ao amigo Leonardo que é gay e que Leonardo agiu como se nada tivesse acontecido, eu, me colocando no lugar de uma criança, entenderia que isso é um comportamento normal e civilizado. 

Se o vídeo Probabilidade, do suposto kit-antihomofobia, tivesse encerrado no terceiro minuto - "e os dois continuaram a ser tão amigos quanto antes" - eu concordaria em chamá-lo de um vídeo anti-homofobia. O vídeo ía mais ou menos bem até então, embora tenha quase dado a entender que ter um amigo com os mesmos gostos implica em ser gay.

Passado o terceiro minuto, o narrador diz que Leonardo ficou muito confuso ao ter tido vontade de beijar Rafael, primo de Leonardo. O vídeo indiretamente 'ensina' que ficar confuso ao querer beijar o amigo é o sentimento esperado nesse caso.

Entretanto, o narrador deveria ter sido claro e ter dito que Leonardo teve vontade de beijar Rafael na boca (é um pouco gráfico, eu sei, mas não foi minha a idéia de iniciar esta campanha). Como não o fez levanta dúvida na cabeça da criança. Beijar um amigo no rosto é sinal de afeto, não de orientação sexual. Por essa e por outras chamo o kit de kit pró-desorientação sexual. 

Além disso, o narrador fala que a outra causa da confusão de Leonardo é a ¨atração" que ele sentiu pelo novo amigo. Será que toda criança sabe diferenciar o sentir-se bem ao lado de uma pessoa agradável de atração? Se a criança nunca tiver sentido atração por alguém antes pode ficar confusa. Na tentativa de ser moderno o vídeo falha pelo descuidado na escolha das palavras. 

E para deixar as crianças ainda mais perdidas, ao final, o vídeo mostra que Leonardo, assim como no começo do vídeo, está interessado numa menina de novo. O vídeo ensina que não é apenas perfeitamente aceitável que ele namore meninos e meninas, mas que isso é na verdade ótimo, pois assim Leonardo está menos propenso a ficar sozinho. 

Só há um probleminha: se uma das pessoas que Leonardo se interessar for monogâmica, isso não será considerado normal. Além do que é difícil de conceber uma criança preocupada com a probabilidade de passar o resto de seus dias sozinha. Isso é uma preocupação, para algumas pessoas, durante a vida adulta.

Pode-se dizer que a cartilha anti-homofobia não respeita as pessoas monogâmicas ao sugerir que é normal namorar meninos e meninas ao mesmo tempo. Para uma pessoa monogâmica não se trata de orientação sexual, mas de fidelidade. Obviamente, o vídeo não deu nenhuma importância ou sequer sugeriu esta probabilidade para as crianças. Ele só levou em consideração os desejos de um bissexual. 

Poderiam ao menos ter aconselhado as crianças a sempre deixar a sua orientação sexual clara se for namorar duas pessoas ao mesmo tempo. E por que não contar a história de uma criança heterossexual para fixar a idéia de que há diferentes estilos de vida?

Convenhamos, bastava fazer um vídeo que incentiva as crianças a respeitar as diferenças: o mais gordo, o mais pobre, o deficiente físico ou mental, o velho, o soropositivo, aqueles que gostam de pessoas do mesmo sexo (ou de ambos) e aqueles que agem como se fossem do sexo oposto. Ou seja, a respeitar o próximo independentemente de sua orientação sexual ou o que quer que seja! 

Querer impor o modo de vida de uma minoria sobre o da maioria não dá certo. O oposto também não, mas não é novidade. Digo, os heterossexuais que querem pregar que o 'normal' é ser heterossexual e que todos aqueles fora desse grupo são enviados do Satanás que conscientemente escolheram sua orientação sexual para destruir as famílias, espalhando assim o mal (parece enredo de ficção científica, eu concordo). 

O normal é cada um cuidar das suas próprias atividades sexuais e a Igreja não querer adentrar as quatro paredes das casas alheias ou interferir na aquisição dos direitos de terceiros!

Friday, May 27, 2011

Pimenta Neves, a cegueira da justiça e a pacificação no Rio


Aprendemos que a Justiça é cega e que não deve oferecer privilégios a nenhuma das partes. Contudo, o caso da jornalista Sandra Gomide nos refresca a idéia de que no Brasil ela é especialmente cega quando uma delas tem condição de pagar advogados dispostos a impetrar todos os recursos cabíveis para retardar até a prisão de um réu confesso como Pimenta Neves. 

Inconformado com o fim do romance com a colega de profissão, o ex-diretor de redação do jornal O Estado de São Paulo disparou dois tiros contra a ex-namorada. Um sabidamente pelas costas. 

Ele seguiu morando em um bairro nobre em São Paulo por 11 anos. Nem precisou dar-se ao trabalho de fugir do país, pois sabia que a sua posição social lhe garantiria a liberdade por todo esse tempo.

Após a prisão de Pimenta, o pai da vítima, de cama, falou que espera que ele fique ao menos 5 anos preso. A vida o ensinou que esperar a aplicação correta da justiça no Brasil para alguém como Pimenta seria uma grande ingenuidade. 

A finesse da polícia, que pode ser vista nos vídeos da Globo, é digna de primeiro mundo. O delegado toca a campainha e espera calmamente o assassino resolver entregar-se à prisão. Eu não consigo imaginar o mesmo num morro do Rio. 

Num morro do Rio eu imagino que atira-se antes e faz-se perguntas depois e se houver algum civil inocente passando no meio do caminho, já era. Leva uma bala perdida da polícia. 

Não dá para falar em polícia brasileira e não dizer que ela espera uma certa cegueira de nós neste processo de pacificação no Rio. Como se o governo tivesse realmente resolvido se importar com o tráfico de drogas e a violência que afeta a população brasileira!

Como não é possível colocar tapumes em volta de todas as favelas e poupar os turistas do barulho dos tiros e da paisagem pouco atraente dos morros, como fizeram no caminho para o aeroporto do Galeão, inventou-se a Unidade de Polícia Pacificadora. Como se armas e paz combinassem! 

Como se não soubéssemos que o governo está desesperado e, com razão, para acabar com a violência latente perto de nossos cartões postais, que serão vistos de muito perto pelos turistas estrangeiros na Copa de 2014 e nas Olimpíadas de 2016. Quando se trata da imagem do Brasil no exterior o governo sabe se planejar direitinho.

É por essa e por outras que torço pelo crescimento do senador Cristovam Buarque na política. Talvez alguém saído da Educação, como um ex-reitor da UnB, possa iluminar as mentes subdsenvolvidas de seus colegas políticos.

Sim porque corrupção não é apenas um grande sinal de egoísmo e um crime, mas é uma prova de subdesenvolvimento das idéias. Esse é o pior tipo de subdesenvolvimento que podemos sofrer, pois implica na continuidade do desvio de dinheiro que castiga aqueles que mais precisam de educação pública, saneamento básico e etc.

Cristovam sugeriu que os filhos de políticos frequentassem escolas públicas, pois assim elas melhorariam de forma célere. Só com educação e civilidade o nosso país ficará livre da violência. UPP é mata-baratas, educação é higiene que torna a UPP dispensável.

Tuesday, May 24, 2011

Carrinho e caminha comprados

Após meses de pesquisa na internet e duas visitas a lojas em pessoa, compramos o carrinho do bebê hoje. Eu sempre achei que devessemos comprar um que viesse com assento para carro junto. Contudo, na primeira visita à Mothercare em Dublin, o Pete parecia bem inclinado a comprar um modelo diferente. 


Este modelo é bastante prático, pois um assento resolve o assunto. Enquanto o bebê é pequeno usa-se ele na horizontal e quando o bebê cresce você o inclina para que a criança possa sentar. Seria perfeito se resolvesse a questão da segurança quando o bebê é transportado no carro.

Apesar de saber que o assento para carro é necessário até para o bebê sair da maternidade eu não me opus ao carrinho que o Pete sugeriu. Contudo, quando chegamos na Mothercare em Galway, hoje, havia este carrinho da cor preta que vem com assento para carro junto e com um desconto de 80. Os carrinhos desta cor costumam ser mais caros, então, fiquei interessada. Até porque já vem com um footmuff, que protege a criança do frio nas pernas. 


Eu estava de olho em um semelhante da Gracco, no site da Argos, mas o da Mothercare vem com garantia de um ano (a contar da data do nascimento do bebê!) entre outra vantagem: a barra de direção é bipartida, de forma que você fica mais próximo do carrinho, podendo retirar com mais facilidade o bebê do assento para carro, que estará virado para você e acoplado ao carrinho.


Além disso, não achei o primeiro carrinho tão estável e fácil de empurrar e manobrar, embora eu tenha gostado muito das rodas, que podem vir em 3 ou 4. As rodas do que comprei são menores, mas talvez por isso mesmo é mais fácil de manobrar.  

Curiosamente, eu senti como se já tivesse feito isso antes. Quando saímos da Mothercare paramos para eu comprar um bolo de banana numa lojinha que fica bem numa rampa, no shopping Eyre Square, e naturalmente apertei o botão vermelho com o pé, acionando o freio, e peguei o Pete olhando admirado para mim. Ele disse que a maternidade me cai bem.


A caminha foi outra decisão a ser tomada em conjunto. Optamos por usar um moisés, pelo fato de ser mais apropriado para o tamanho de um recém-nascido, mais prático para carregar - podemos usá-lo na sala se quisermos -  e por caber perfeitamente ao lado da nossa cama, onde o bebê dormirá nos primeiros seis meses. 


O apoio para o moisés é vendido separadamente e o deixa a uma boa distância do chão, evitando que os pais tenham que se inclinar muito para pegar o bebê. 

Ainda compramos, é claro, os lençóis, cobertores com furinhos e toalhas de banho. A vendedora recomendou 4 de cada, com exceção da toalha: 3. O trocador de fralda acolchoado foi comprado em Dublin, junto com um termômetro de parede que tenho usado na sala e que tem marcado 18C a maior parte do tempo. 

Friday, May 20, 2011

A cidade de Limerick é como eu pensava

Limerick City
Vista de Limerick do Clarion Hotel - Foto: Adrian Butler

Tendo sempre apenas passado por Limerick a caminho de outro lugar, desta vez meu destino final foi a famosa terceira maior cidade da Irlanda. Durante uma tarde, em meados de abril, fiquei perto da região onde cheguei, na rua Upper Mallow, próxima ao parque central. Dezenas de mães observavam seus filhos no parquinho, enquanto via outro punhado de pessoas espalhadas por todo o parque. Um típico cenário de verão.

Peoples Park, Limerick 
People's Park - Foto: Derhur

Gostei bastante da nova primeira impressão. A antiga era de anos atrás, quando cortamos a cidade no caminho para Cork. Naquela ocasião achei a rua que desagua na estação de ônibus tão longa e pacata quanto aquela rua de escritórios em que o U2 gravou o clip The Sweetest Thing, a Fitzwilliam Street.

Devido à essa semelhança eu imediatamente gostei de Limerick, pois trabalhei na Fitzwiliam e guardo boas memórias dali. Isso sem falar que a arquitetura georgiana me agrada muito e que a cidade possui ruas longas e retas com calçadas espaçosas, o que é raro em outros pontos na Irlanda.

Em Galway, por exemplo, a arquitetura predominante é a medieval. Embora as cidades de Galway e Limerick sejam basicamente do mesmo tamanho, Limerick parece maior justamente por essa fartura de ruas longas, que facilitam a vida de quem não é familiarizado com o lugar.

O'Connell Street, Limerick
O'Connell Street entre 1930 e 1940 - Foto: Biblioteca Nacional da Irlanda

Restaurante na rua O'Connell
Passei o resto do tempo na rua O'Connell, que ao contrário da rua com mesmo nome em Dublin, tem um tráfego de carros bem reduzido, pois é mais estreita e possui muitos sinais de trânsito. Se você estiver por ali um dia e bater uma fome, recomendo o restaurante Smokie Joe's. Uma prato com um filé generoso e batatas fritas, por exemplo, custa menos de 11 e o lugar é agradável e tem bom atendimento.

Para quem acha Dublin muito agitada Limerick é uma boa opção. Se fosse morar lá, procuraria um lugar perto do parque onde iniciei minha tarde, talvez na rua Barrington. O movimento de carros ali é moderado e também fica perto da rua O'Connell, onde há lojas internacionais, livrarias enormes e cafés charmosos também.

A partida, cortando o largo rio Shannon, com água à minha direita e esquerda, onde avistei um prédio moderno colado à sua margem, o Hotel Clarion, foi bela. A vista da ponte num dia de céu aberto é espetacular.

Sarsfield Bridge
Ponte Sarsfield - Foto: Martin Philips
Foi um daqueles dias ensolarados perfeitos, sem uma gota de chuva, que me faz acreditar que a Irlanda é realmente dois países. Um acizentado do outono até o inverno e outro mais claro no resto do ano, quando vemos as flores abrirem, tanto na grama quanto nas árvores, até voltar a época com céu mais fechado, quando as folhas caem e as flores morrem.

Sarsfield BridgeShannon
Ponte Sarsfield - Foto: Adrian Butler

River Shannon at Limerick
Rio Shannon - Foto: Martin Philips

Se você gosta de fazer tours à pé. Há um especialmente para visitar os lugares onde rodaram o filme Angela's Ashes. Basta visitar o site St. Mary's para obter informações. 

Após a visita assisti o filme High Spirits, que foi gravado em Limerick. Recomendo se você também gosta das comédias assombradas dos anos 80. Essa tem Peter O'Toole, Daryl Hannhan e outros rostos conhecidos. O filme foi escrito e dirigido por Neil Jordan. Há poucas cenas externas, mas vale a pena. É como ver uma peça de teatro. 

Tuesday, May 17, 2011

Visita histórica da Rainha Elizabeth à Irlanda

Rainha Elizabeth II no Palácio Presidencial em Dublin.
Por mais que você não se ligue na monarquia inglesa você há de convir que hoje foi um dia histórico na Irlanda. Cem anos se passaram desde a visita do último monarca, Rei George V, avô da Rainha Elizabeth II. Naquela época nem havia República da Irlanda ainda.

Este país esteve sob o domínio inglês por 700 anos. É tempo até não acabar mais. Nem se somarem os seus anos de vida com o de seus pais chegaria-se a tanto. 

É mais ou menos assim que penso para entender a animosidade ainda existente dos irlandeses pelos ingleses. Por mais que escutemos irlandeses dizerem que já é hora de esquecer o passado, nós, que vivemos aqui, sabemos que ainda há ressentimento. Um irlandês, por exemplo, não se incomoda se outro irlandês o chamar de Paddy, mas se um inglês fizer isso, o resultado pode ser nada bom. Há até um caso de um irlandês que processou um inglês por bullying no trabalho por conta disso na Inglaterra.

Você escuta ingleses ou britânicos com o sotaque inglês dizer que a vida de um estrangeiro com sotaque inglês é muito mais difícil do que qualquer outro na Irlanda. Isso eu acho um pouco de exagero, pois você vê muitos deles trabalhando em bons cargos com mais frequência que outros estrangeiros. Obviamente o fato de falarem a mesma língua é o fator determinante para isso.

Mas voltando à visita da Rainha, o que eu mais gostei de ver além do interior do Palácio Presidencial, mostrado ao vivo pela BBC enquanto ela se deslocava para assinar o livro de visitantes, foi a saudação do Capitão do Exército Irlandês, que vestia o uniforme para solenidades datado da época da independência do país. O capitão, que pode ser visto andando atrás dela, na foto, se apresentou à Rainha e disse que estavam prontos para serem inspecionados. Ela, então, passou pela tropa e conferiu o modelito e a apresentação dos soldados.

Isso depois de saber que encontraram uma bomba em um ônibus a caminho de Dublin e outra, que na verdade nem era de verdade! É claro que ao menos um irlandês republicano faria isso. De acordo com a BBC apenas 70 deles protestaram no centro de Dublin hoje. Ainda restam 3 dias de visitas. Imagino que a Rainha vai continuar bem low profile. Ela quase me pareceu humilde hoje. O que o medo não faz!

Sunday, May 15, 2011

Se esta droga pega no Brasil...


Estas moléculas são a mefedrona ou a vulga ¨miau miau¨, uma droga sintética que vem sendo amplamente consumida na Europa e nos EUA. 

Fiquei a par dela em um artigo do Irish Independent, onde Raymond McKenna, o gerente do centro de reabilitação para jovens com vício Aislinn Centre, explica que os jovens que chegam até lá geralmente começam o vício com bebida, que reduz sua inibição e esta, por sua vez, abre caminho para drogas como ecstasy, mefedrona, além de analgésicos e sedativos. 

O debate sobre drogas entre adolescentes foi reacendido por causa de Isobel Reilly, uma jovem de 15 anos que morreu num bairro de classe média, em Londres, após usar ecstasy, mês passado. Nunca havia ouvido falar sobre mefedrona antes. Fui parar num artigo do Dr. Max Pemberton, no Telegraph. Ele trabalha com saúde mental.

O Dr. Max conta que, em março do ano passado, foi comprar um cartão de aniversário no centro de Londres, e deparou-se com alguns saquinhos no caixa, o que chamou a atenção dele, já que ele estava numa loja de cartões e os saquinhos continham fertilizante. E foi aí, ele disse, que ele percebeu que se tratava da mefedrona, a droga que os jovens que íam parar na Emergência do hospital onde ele trabalha estavam tomando. Por isso ele resolveu experimentá-la.

O médico relata que a mefedrona lhe causou alegria e que ele e os amigos, que testemunharam sua experiência, foram parar numa boate, tamanha a euforia causada pela droga. O efeito passou em 2 horas, segundo ele, lhe deixando com uma forte dor de cabeça. Assim, ele concluiu facilmente como é fácil abusar da mefedrona: o efeito passa bruscamente e o usuário usa mais para não lidar com a dor.

No Reino Unido, esse estimulante sintético era facilmente encontrado, pois era vendido como sendo um produto para plantas, o que o livrava da ilegalidade. Contudo, obviamente não vem com a dosagem correta para humanos e após muitas mortes ela foi tornada ilegal na Europa, em dezembro de 2010.

A mefedrona é geralmente vendida em pó branco e tem sido usada no lugar da cocaína e anfetamina, devido ao efeito semelhante. Algumas lojas a vendem como ¨sais de banho¨ também. Se esta droga pegar no Brasil será tão terrível quanto o crack, pois não é cara e pode ser comprada pela internet. 

Anos atrás a mãe de uma adolescente irlandesa que morreu após usar ecstasy pediu que publicassem a foto da filha morta, no jornal, para servir de exemplo. A menina ficou toda inchada. Publicaram uma foto bem grande bem na capa do jornal. Foi terrível. Não deve ser diferente quando se morre após usar mefedrona, pois os efeitos colaterais indesejados são parecidos. O médico teve a sorte de experimentar um dos mais leves deles. Talvez por ter usado uma dose bem baixa. 

Sunday, May 08, 2011

Como será Luc ou Meggie

Meggie

Esta realmente poderia ser minha filha, pois já vem 
com as bochechas sujas de chocolate!

Luc

Considerando a cabeleira do pai, ele poderá nascer 
com mais cabelo do que isso!

Estou firme no nome Lucas para menino e consciente que por aqui a maioria o chamaria de Luc, o que não me desagrada, pois gosto muito do nome Luke e como já disse antes, só não o registro como Luke, pois acredito que ele seria chamado de Look ou ainda de Luquí no Brasil. Então é melhor ser Luc aqui e Lucas no Brasil.

Quanto ao nome de menina, para Milena, o meu segundo favorito, ser pronunciado corretamente aqui, teria que ter a seguinte grafia: Miléana, ou seja, daria a entender que a menina é baiana. Sim, pois se nós brasileiros pronunciarmos do nosso jeito, o nome soará bem baiano, o que não seria um problema, se eu fosse da Bahia.

Se eu deixasse a grafia normal, Milena, ela acabaria sendo chamada de Melina, então, seria mais prático registrá-la logo como Melina. Não deve funcionar assim, eu acho. Os pais devem registrar o nome que mais gostam. 

Além disso, a idéia de registrá-la como Milena e ter que corrigir a pronuncia toda vez que o nome é lido, não me agrada nada. Acho muito chato ter que corrigir as pessoas. Preferencialmente, brasileiros e irlandeses devem ler e pronunciar o nome de forma igual sem necessidade de explicações. Esta é a minha prioridade na escolha do nome. Não há como garantir isso, mas quero pelo menos reduzir discrepâncias, digamos. 

Assim, tanto o meu nome favorito de menina, quanto o do Pete, qual seja, Megan, continua em primeiro lugar apesar das objeções de alguns familiares que acreditam que o nome dela seria confundido com o do carro da Renault. aff.

Pelo o que observo, um nome com três sílabas dificilmente seria pronunciado à íntegra na Irlanda. Milena acabaria virando Mel, o que ao meu ver, não tem nada a ver, ou ainda, Lena, que para mim, é a combinação de Maria Helena.

Finalmente, Meggie, é um apelido gracioso, que eu adoro, para o nome Megan, que me passa a idéia de uma menina perspicaz, feliz e prática. Julgando apenas pela escolha do nome, deduz-se que não é fácil ser mãe! Feliz Dia das Mães!

Friday, May 06, 2011

Jogando no time irlandês

Foi tudo tão rápido. Quando me dei conta, já estava treinando e voltando para um grande jogo. Todos olhando para mim enquanto eu me dirigia para o campo. Eu sentia a importância do momento, meio a um estádio lotado. A grama estava verdinha e parecia não terminar mais. É como se eu estivesse vendo o gramado de perto assim pela primeira vez, embora o peso da responsabilidade seja algo bem comum para mim.

Minhas pernas estão bem torneadas. Eu passei muito tempo na academia esses últimos meses. Olho para os meus pés e me dou conta que não vou conseguir chutar bem com o que estou calçando. ¨Tenho que voltar para o quarto e colocar minhas chuteiras!¨, eu falo, antes de sair apressada.

Ao chegar lá, dou de cara com um francês e uma criança morena cheia de dobrinhas e de cabelos encaracolados. Brinquei com os cabelos dela, apesar de não conhecê-la, e, por um longo instante, esqueci da torcida e das luzes brancas que me aguardavam no campo. 

¨Como você veio parar aqui?¨, eu perguntei ao francês magro, de estatura mediana e cabelos castanhos claros. ¨A Mariana me deu a chave do quarto para ele [a criança] usar o banheiro". ¨Onde a Mariana está com a cabeça para dar a chave do nosso quarto para um desconhecido?¨, eu pensei. ¨Nós temos tantas jóias e perfumes. E quantos perfumes!¨, eu pensei cá comigo. ¨Que sonho!¨

Infelizmente não me vi jogando a grande partida, mas foi emocionante de qualquer forma. Assim são as infinitas noites de uma grávida.  Muitas coisas incomuns acontecem!

Thursday, May 05, 2011

Bobby Sands: I HATE THIS PLACE

Long Kesh Prison by Crispin Rodwell
I hate this place with all my heart
My cell, this prison every part.
For me it is a living hell
With dirt and pain and a stinking smell.
The Screws they have orders to break us all.
They do their best for it is Mason's call.
So they beat and starve us every day
While they seek a rise in their daily pay.
They have blocked our windows, we cannot see,
Is it snowing or is there a drought?
For us the sun it never shines
There's just the darkness and the lonely times.
I hate this place with all my heart,
Could you blame me, from the start?
But I tell the Screws and Mason too -
To break a blanket man you cannot do!
- I HATE THIS PLACE


Writings from Prison - Mercier Press

Bobby Sands was 27 years old when he died. He spent almost nine years of his life in prison because of his Irish republican activities. He died, in prison, on 5 May 1981, on the sixty-sixth day of his hunger strike at Long Kesh Prison, outside Belfast.

Wednesday, May 04, 2011

Transit Telecom trata usuária do Skype como idiota

Clique para ver maior
Hoje à tarde recebi um email do Skype dizendo que a Transit Telecom, sua empresa parceira no fornecimento de números online no Brasil não tem mais interesse no produto. 

Logo após ler o email do Skype entrei em contato com a Transit Telecom no email fornecido na comunicação (veja imagem à esquerda). Falei do meu desapontamento ao ler a notícia e disse que minha assinatura vai até novembro. De certa forma, esperava uma confirmação de que o número estará ativo até lá. Eis a resposta da empresa:


Isso é o que chamo de SAC: Serviço de Alienação do Consumidor! Enfim, horas depois a Folha de São Paulo já estava publicando a notícia do fim da parceria na internet. Eu nunca havia ouvido falar da Transit Telecom antes, para ser sincera, e pelo menos para mim essa empresa terminou mal algo que não deveria acabar. 

A empresa deveria é divulgar melhor esse produto, pois quase ninguém acredita que vai pagar tarifa local ao falar com uma pessoa que está sabidamente no exterior. Todavia, quem não sabe que o meu número é online ou que vivo no exterior liga numa boa. Há ocasiões que ligo no Brasil, mas não digo que moro na Irlanda, pois se o faço eu tenho que explicar o que é um número online, que a pessoa não pagará caro, etc. Levo mais tempo tratando disso do que do assunto que preciso falar.

Monday, May 02, 2011

Re: Thousands celebrate Osama's death at Ground Zero


I find it odd that someone could celebrate another's death (see video below). I can understand perhaps feeling 'relieved' or 'safer', but if America continues to bomb other countries retaliation could well strike again. 

Hubby was telling me that he saw on the news that Americans were warned by their government to take extra care when travelling abroad because now they may be even more targeted than before. If I were American I'd be pretty upset over this warning. I'd hope my own government would not put me in this position. 

The question is would I ever trust my government after finding out they lied about invading Iraq over weapons of mass destruction when it was actually a cover up to get their hands on oil? It would probably take a long time until I did so. 

It's been said that Osama is dead and that he's been buried in the sea. I see. Some Americans feel the need to see Obama's birth certificate in order to believe he's an American citizen, but they'll be ok not to see any proof that the man who was so-called behind 9/11 is dead? It doesn't make any sense to me.

However, what would make a lot of sense is if it was found out that the American government isn't certain that Osama was behind that terrorist attack and his death has been forged to make people feel safer. Maybe they have a new agenda and now it doesn't suit them to have the population scared anymore.

All I know is that if the US government really cared about the welfare of their people they would prioritise health instead of ammunition. The US government spend 10 times more on guns than on health care. Not to mention recruiting the less well-off on the streets to risk losing their lives over oil, which will subsequently make America an unsafe place to live. 

Finally, you can understand how people outside America are fed up of hearing some Americans say that the US is the world's savoir. It's quite the contrary. The US with the help of other countries like the UK have for many years made planet Earth a very scary place to live. Now even Brazil, who does not have a war-orientated agenda, is said to have a few terrorists living in the country as a result of it. As if Brazil doesn't have enough problems already!

Anyhow, this is not a political blog and I don't intend to make it one, especially because I really dislike politics and have little patience to try to understand this game. This was an excuse to write in English, as I hadn't done so in quite a while. I don't stand for left or right or centre. I just like to be told the truth, something that seems very hard for most governments to do these days. No wonder why people are getting together and protesting everywhere. 

Sunday, May 01, 2011

A visita de João Paulo II a Galway

A visita do Papa a Galway em 30 de setembro de 1979 aconteceu numa época em que era incomum visitar a Irlanda. Tiros e bombas eram tudo o que se via sobre o país nos noticiários internacionais. Nem mesmo astros do rock costumavam tocar aqui. Os festivais de música no Castelo de Slane ainda nem existiam. 

Quando o Papa chegou no Hipódromo de Galway havia 280.000 jovens esperando por ele. No ano em que união estudantil da Universidade de Dublin conseguiu trazer a primeira vendedora automática de camisinhas para o país, o Papa alertou que ¨as tradições religiosas e morais da Irlanda, a própria alma da Irlanda, será ameaçada pelas tentações que não poupam qualquer sociedade da nossa era¨.

A ¨isca do prazer¨ será forte e ¨o desejo de ser livre de restrições externas podem manifestar-se fortemente no domínio sexual¨, disse o Papa.

¨Não fechem seus olhos para a moral doentia que assola sua sociedade hoje e da qual sua juventude não será protegida. Quantos jovens já deformaram suas consciências e substituiram a verdadeira alegria da vida por drogas, sexo, álcool, vandalismo e pela busca vazia por meras posses materiais?¨, ele perguntou antes de terminar sua homilia com um sonoro ¨Jovens da Irlanda, eu amo vocês¨, que gerou uma reação efusiva daqueles presentes, como você pode ver no primeiro vídeo abaixo.

Papa João Paulo II em Galway - GalwayNews.ie
A visita do Papa a Irlanda durou 3 três dias. Começou dia 29 de setembro de 1979, no Parque Phoenix, em Dublin e seguiu para Drogheda, Clonmacnois, Galway, Knock, Maynooth e Limerick, terminando com uma despedida no aeroporto de Shannon. O segundo vídeo mostra trechos de toda a visita.