Sunday, April 18, 2010

Como preservar seu casamento

O texto abaixo é o trecho da matéria disponível para não-assinantes da Revista Época desta semana. Ela fala sobre o novo livro Comer, Rezar, Amar, da autora Elizabeth Gilbert, que acredita que o casamento é um risco que vale a pena ser corrido. Estou colocando ele aqui no blog, pois o assunto me interessa e acredito que pode interessar vocês também. Eu recomendo a leitura, pois os conselhos são úteis. Fiz observações marcadas em negrito.


O casamento. A boda. O matrimônio. O que essas palavras evocam são imagens tocantes e cenas de festa. Uma noiva sorrindo à beira de um lago, radiante em seu vestido branco de cetim que, embora ela não saiba, foi usado pela primeira vez pela rainha Vitória, da Inglaterra, em seu casamento com o príncipe Albert, em 1840. De lá para cá, as noivas no Ocidente vestem branco. E são rainhas por um dia.

Mas o casamento, a boda, o matrimônio – e mesmo a forma laica e informal de compromisso, a coabitação –, não se resume a uma festa. Depois da noite de núpcias, começa, para todos os casais, aquilo que o psiquiatra Alfredo Simonetti, ligado ao Hospital das Clínicas de São Paulo, descreve como “o sofrimento de viver a dois”: uma luta diária contra a natureza humana, que, ao mesmo tempo que atrai as pessoas para a vida conjugal, faz com que elas, rapidamente, se desapontem com as dificuldades do cotidiano a dois.

As estatísticas brasileiras são eloquentes a respeito tanto do fascínio quanto das agruras do casamento. Cerca de 1 milhão de pessoas se casam todos os anos no Brasil – e pouco mais de 250 mil se separam no mesmo período. Logo, de cada quatro casamentos, um termina em separação. Embora a estatística seja adversa, o risco não é suficiente para fazer as pessoas deixar de casar. Os números do IBGE mostram que a quantidade de uniões por 100 mil brasileiros aumenta um bocadinho a cada ano. Entre 1998 e 2008, o número de casamentos cresceu 34,8%, superando em 13 pontos porcentuais o crescimento vegetativo da população nessa faixa etária. Os divórcios e as separações, no mesmo período de dez anos, cresceram menos, 33%. A diferença é pouca, mínima na verdade, mas sugere que o sonho de casar está mais em alta que a vontade de se separar.

6 conselhos que podem ajudar

1 Modelo de Casamento
Fomos educados a acreditar que o casamento é romântico, pois ele não é. Talvez, se tivéssmos mais informação sobre como o casamento se dá, teríamos menos decepções com ele. O casamento é uma relação de conexão com o parceiro, é educar filhos juntos, é cuidar um do outro, é ser fiel ao outro.

Observação: Porque [nós mulheres] vemos o casamento de uma forma mais romântica, devemos racionalizar os nossos desejos para avaliarmos se são de fato realistas a longo prazo e, caso positivo, devemos expressá-lo claramente para que o outro entenda a sua importância. 

2 Passar tempo juntos 
Uma das principais causas das separações é o casal não passar muito tempo junto. Priorize seu casamento. Tire férias ao menos uma vez por ano sem as crianças e desligue-se do trabalho. Não se sinta culpado em não levar os filhos. Se a relação é boa, ela será benéfica às crianças.

Observação: Acredito que este conselho aplica-se em termos anuais, e que devemos ter um plano mensal para garantir que o casamento chegue até as férias do ano seguinte. Assim, penso que o casal deve ter ao menos 1 encontro planejado por mês, seja em casa vendo um filme, por exemplo, ou fora. Ao meu ver o que importa é que seja pré-acordado por ambos. Uma simples caminhada juntos conta. 

3 Fazer sexo
Sexo é uma das mais importantes conexões do casamento. Faça o que for necessário para manter a chama acesa. Estimule sexualmente o companheiro, mesmo que a princípio ele, ou ela, não esteja a fim. Pesquisas mostram que uma vez estimulado, o parceiro engrena no sexo e repete a dose. 

Observação: Fiquei surpresa ao ler um artigo que dizia que o organismo libera uma substância que o faz querer repetir o ato e que a ausência  dela implica na falta de vontade. É bom ter isso em mente. Contudo, os casamentos motivados por afinidade sexual tendem a durar 5 anos, então, é bom trabalhar o lado da amizade também antes e depois do casamento. 

4 Flerte
Lembra-se de como você e seu companheiro flertavam no início do relacionamento? Faça isso continuamente, e sua relação será mais excitante. Casamento não é apenas sexo. O carinho também é muito importante. Andem de mãos dadas, sentem-se juntos no sofá, se aninhem.

Observação: No que refere-se ao carinho já li que é importante olhar nos olhos do outro enquanto fala, o que pode parecer óbvio, mas com a convivência e o passar do tempo isso pode não acontecer todas as vezes que um diálogo é iniciado, então, é bom explicar ao outro a sua importância. Jogar beijos também foi uma dica legal que li. Para os mais sérios pode parecer algo bobo, mas dá bom resultado porque o outro acaba fazendo o mesmo e vira rotina (a dica é para quando o casal está em casa, mas se você tem coragem de fazer em público, vá em frente!).

5 Converse
Procure sempre bater papo. Fale sobre seus sentimentos e os assuntos importantes do dia. Se estiver magoado com seu parceiro, não se feche. É importante manter os canais de comunicação abertos. O bate-boca faz parte do casamento, mas, terminado o inferno verbal, é preciso dialogar.

Observação: Acredito que não devemos pensar que o bate-boca faz parte do casamento. É melhor encará-lo como um acidente que pode ser evitado, mas não podendo evitá-lo, devemos minimizar os ferimentos não proferindo palavras muito duras, pois algumas não tem volta e podem levar ao fim do casamento ou abalar sua estrutura. Os homens tendem a não expressar seus sentimentos com a mesma facilidade que as mulheres e nessas situações eles se distanciam ao invés de conversar. 

6 Isolamento ocasional
O fato de estar casado com alguém não significa estar grudado naquela pessoa. É importante que cada um tenha o seu espaçõ, seu tempo. Que possa sair com os amigos e fazer as coisas que gosta, independentemente do outro. E às vezes até manter um lugar em casa onde possa ficar só. A solidão nos faz querer ir ao encontro do outro. 

Observação: No video Married Couples Tell All (assista aqui) um dos casais relata que acha importante dividir o mesmo espaço da casa mesmo quando estão fazendo coisas diferentes. É o que fazemos na prática. 


Editei o título da matéria da Revista Época e usei 'preservar' no lugar de 'salvar'.